terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Viajando

Antes de viajar. Acontecen muchas cosas antes de viajar. Una de ellas, que los sentimientos empiezan a mezclarse. Creo que esto le debe pasar a todo el mundo. Uno siente ya la tierra que lo va a recibir, sobre todo si es la tierra de uno, la tierra donde uno nació. Hay una sensación sin igual en esto. Volver a la tierra de uno, al lugar donde viviste los primeros años de tu vida. El tiempo allí como que se ha detenido. Hay algo muy quieto allí esperándote. También ocurre que empiezas a añorar anticipadamente el lugar donde vives, tus amigos y amigas, las pequeñas rutinas. Las plantas florecidas del patio y del jardín del frente. El rumor de los autos en la calle, la gente. De pronto te asimilas a ese flujo de gente que viaja, a esas salas de aeropuerto donde todo el mundo hace fila. Las funcionarias o funcionarios de las empresas aéreas que toman tus datos cuando vas a despachar el equipaje. Los funcionarios que te reciben el cartón de embarque. La gente atrás y adelante, a los lados. En los asientos, apretados. Los pasillos, los anuncios, las propagandas de la empresa aérea, los programas de millas. Lo que sientes cuando ves que el avión empieza a correr por la pista. Las azafatas pasando de un lado a otro. La comida. La llegada. Las autoridades de migraciones. Documentos. Los aviones estacionados. Los ómnibus que te van llevando. Los zaguanes. Los comercios de vitrinas iluminadas. Los productos, las mercaderías. La gente en los bares del aeropuerto. La espera. El nuevo embraque. Tantos embarques que ya parecen uno solo. Tantos desembarques. Tantas idas y vueltas que ya te parece que no has hecho otra cosa en tu vida. Los teléfonos públicos. La gente hablando, caminando como tú, los avisos de partidas en los letreros, las llegadas. Las montañas, al fin, a lo lejos. Los aguaribayes, el olor de las piedras y del viento. La nieve allá en lo alto, bien lejos, pero tan adentro tuyo. Llegando, partiendo. Partiendo, llegando. Las veredas, las acequias. La vieja casa. La historia, la memoria, viajando.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Tempo

Há algumas primeiras páginas verdadeiramente inesquecíveis. Lembro neste momento, da primeira página de A queda da Casa de Usher, de Edgar Allan Poe. A maneira como autor introduz o leitor ou a leitora na história. A forma como a personagem vai chegando às proximidades da casa de Usher. Outra primeira página notabilíssima, é a do livro de Rafael Alberti, La arboleda perdida. O autor se refere à abroleda perdida da sua infancia. Impossível esquecer o que o autor diz nessa primeira página. Como você de repente está la, naquela arboleda perdida da infância, onde tudo lembra passado, tudo é passado, tudo já se foi e no entanto está ali, e você também está ali. Esses dias atrás, li a primeira página de El otoño del patriarca, de Gabriel García Márquez. A mesma sensação. A primeira página já nos transporta a um mundo no qual não se sabe ao certo o que é o que, e, no entanto, é tão ou mais real do que este outro mundo, esta mesma máquina, este mesmo teclado desde donde são escritas estas palavras que você está lendo. Talvez finalmente tenha me decidido a partilhar estas observações, porque esta manhã, enquanto caminhava pela praia, via a água do mar chegando sobre a areia à minha frente, a água aparecendo quase parada, e no entanto estava se movimentando como sempre o faz. E as ondas, do mesmo jeito, pareciam se movimentar de maneira mais lenta do que o habitual, e no entanto, o seu movimento talvez fosse o mesmo movimento, na mesma velocidade, do que sempre foi e será. Quem pode saber?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Alegría

De pronto mirabas la hoja. Tratabas de atrapar la impresión del día. Qué es lo que te habia llamado la atención ese viernes, esa jornada que ya iba acercándose a su fin. Las palabras tienen un lugar preciso. Cada palabra está allí por algún motivo. Algo te va diciendo. Y en esto que lees al escribir, esto que escribes y lees, te vas rehaciendo. Te vas reescribiendo, te vienes escribiendo a vos mismo desde hace ya tanto tiempo. Yo puedo ser feliz, pensaste, supiste esta mañana. Puedo ser feliz. A pesar de cualquier cosa. Lo que me alegra es más, es mucho más. Lo que trato de decir tal vez no se si conseguría llegar a decirlo. Es un transbordamento, una alegría, un éxtasis suave, tranquilo, que por momentos llena todo. La trama sutil del universo, el tejido mismo de la vida. Me río porque sí, pero este porque sí podría parecer despectivo, o inconsecuente. Me río por ser feliz, esta es la verdad. Me río como debí haberme reído cuando niño, cuando todo me alegraba. Es una gracia, y agradezco, alegremente, agradezco.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Anidándose

Cuando voy a Mendoza, mejor dicho, cuando me voy preparando para ir a Mendoza, comienzo a sentir días antes, como ahora, eso tan especial que uno solamente siente en su propia tierra, en su tierra natal. Uno se anida, siente esa profunda sensación de acogimiento, y empiezan a venir los buenos recuerdos. El parque, la alameda, Potrerillos, el Cerro de la Gloria. La familia. Los amigos y amigas. Los sueños de otros tiempos, que renacieron en la tierra donde vivo ahora, João Pessoa, Paraíba, Brasil. Vienen como en una ráfaga, tantas vistas. La montaña, el lago, los ríos que bajan cantando. Y uno canta también, dentro de su pecho, calladamente. Entonces tus veredas, Mendoza querida, y este mar que me acuna agora, son un solo nido, un solo espacio donde me contengo. Entonces sé, sin ninguna duda, que hay un lugar, hay un lugar en el mundo para cada uno, para cada persona. Y este lugar lo hace cada uno, cada una. Pero no hay lugar en el mundo como este al que llego, en el que estoy, cuando voy a Mendoza, cuando me preparo para ir a Mendoza.

Companhia

Às vezes coloco os materiais de pintura e de desenho na mesa da sala, sem saber ao certo se irei pintar ou desenhar. Não preciso me obrigar a isto. Mas faço esta ação, levo as caixas com cores, aquarelas, lápis, pastéis, como uma espécie de presente para mim mesmo. Como um agrado para mim mesmo. Desfruto deste ato de pegar a caixa de cores e os papéis, e levá-los para a mesa da sala. Ponho uns vidros com água. Pode ser que pinte ou não. Pode ser que desenhe ou não. Mas sei que eles estão aí. Cores e lápis, pincéis e borracha. E neste saber que estes materiais estão ali, algo em mim se satisfaz. Alguma parte minha, muito sutil, que já se espalhou em papéis em outros momentos, volta à tona. A pessoa é algo muito tênue. Não se completa apenas no fazer, por muito importante que o fazer possa ser. Há uma outra satisfação, tão ou mais importante, que é a desta espécie de expectativa, de espera, de contemplação, de possibilidade à espreita do que possa vir. Hoje, por exemplo, me dei este prazer. Os materiais estão lá na mesa, como aguardando. Isto me lembra das pinturas que fiz ontem, ou que vieram ao papel em dias anteriores. O dia está chuvoso. Pode ser que pinte ou não, que desenhe ou não, mas estou em boa companhia.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Costurando

Poucas coisas me devolvem tanto um sentimento tão bom, de unidade, de novidade, continuidade, permanência, como a tarefa de ir catando folhas velhas e costurando elas em direção a um novo livro. Folhas velhas e nem tão velhas, pois que muitas delas já viram a luz ao público, ou todas elas. Mas a reunião será nova. E se não irá ser um livro novo para quem for ler, o será para mim, que preciso me ver de novo em um livro que, novo ou velho, irá ter muito desta unidade da vida que apenas pode ser vista nas folhas impressas de um livro.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Domingo

Neste domingo, estou tendo uma experiência que gostaria de partilhar. Algo muito simples, até banal, poderia parecer. Mas não o é. A vida do dia a dia nos presenteia com algumas preciosidades que, na sua singeleza, preenchem a nossa alma. Saí para caminhar, como tantas outras vezes, pelas calçadas do meu bairro. Os bougainvilles da casa de em frente, os flamboyants. As cores lilás e amarelas, vermelhas. Tudo parece repetido, mas não o é. Saí andando e passei pela porta do prédio, o prédio em construção. Um senhor vinha no sentido contrário. Pensei em dar bom dia, mas não olhou para cá, e segui viagem. Passei pela calçada da padaria. Gente tomando café da manhã. A verduraria, com as suas vitrines imensas. Cheiro de frutas e verduras. Passei em frente ao cursinho, se é que é um cursinho, com a calçada esburacada. O muro cinza. A avenida Epitácio Pessoa. Os carros virando para cá, os taxis no ponto. O banco do Brasil. As pessoas indo em direção à praia. Peguei por uma paralela ajardinada. Andei até o calçadão e voltei para casa. Uma alegria nova me aguardava. As aquarelas. Os papéis, os pincéis, os lápis, as cores. Sentei para repetir o exercício do dia anterior. Ficar na frente dos papéis. Em volta das cores. A caixa com o carvão para desenho. A borracha. Isto era muito bom. É muito bom. Eu fui introduzido neste mundo pelos meus pais. Agora estava ali, esboçando uns traços. As flores caindo sobre a calçada. A silhueta da minha esposa em baixo das folhas verdes. Os laranjas, vermelhos, lilases, subindo para o céu. Hoje é domingo. Um domingo começado no dia anterior. Na leitura das palavras de um livro que nos lembra: Deus sempre conosco. Emmanuel. Nem sempre é muito fácil sermos fiéis a nos mesmos. Mas é necessário. Sinto uma profunda veneração pela vida. Admiração. Surpresa. Reverência. Não sei qual seja a palavra certa. O certo é que tudo isto é verdadeiramente muito surpreendente.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Pintando

Esta mañana me pasé un rato entre los colores y los papeles, pinceles, lápices. Hice un esbozo de unas hortensias, y el busto de una mujer. Pero de lo que disfruté, verdaderamente, fue de la compañía de los papeles, las acuarelas, los frascos con agua coloreada de rojo, azul, amarillo. Son una buena compañía. Vienen memorias infantiles, de otros tiempos. No siempre es necesario estar atentos al producto, al resultado, un cuadro, una pintura. El producto, el resultado, puede ser el mero disfrute, algo intangible, pero muy concreto, muy bueno.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Escribiendo

No sempre puedes escribir como lo estás haciendo ahora. A la tarde, por ejemplo, estabas haciendo gimnasia, y evocaste el escribir, el acto de poner palabras en el papel. Solo ésto, ya te llevó a ese estado sin igual en el que te encuentras cuando estás haciendo lo que haces ahora: escribir.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

El poder de las primeras horas del día

Empieza el día y uno trata de guardar las impresiones del día que esta empezando. Un pájaro ya cantó. La oscuridad todavía guarda las horas que están por venir. Pero en este anidamiento, algo ya empieza a mostrarse. Uno está como que contenido en este tiempo primordial. El silencio del mundo te guarda. Estás en un silencio interior muy profundo. En estas horas, recuperas tu identidad originaria. Ya no piensas cuántos anos tienes, ni demasiado en tu profesión o en lo que haces. Nada de malo con nada de esto, pero es que tu ser sobrevuela el mundo de otra forma, libremente. Otra vez eres alquél niño o aquél joven lleno de sueños vivos, sueños compartidos y tuyos propios. Sueños de muchos y de uno solo. Otra vez la vida vuelve a tí, renovada. Oyes otra vez un pío de pájaro. En estas horas virginales, todo es posible. Una cosa muy buena se percibe en tí y en el ambiente. No hay disociación entre tú y el ambiente. Todo es una sola cosa. Eres este que escribe, y eres lo escrito. No hay distinción entre lo que eres y lo que haces. Eres lo que haces. Eres esto que escribe, este que escribe y eres lo escrito.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Continuidad

Un día más había comenzado. Cuántos días habían pasado ya desde el comienzo de tu vida! Y sin embargo, no deja de sorprenderte esta repetición nunca repetida. Los días pasados se van juntando unos con los otros, formando un rompecabezas perfecto. Aún aquello que creíste que nunca debiera haber ocurrido, también forma parte de tu historia. Una historia de mucha gente. Una historia de tu pueblo, de tu gente, de tu familia, de la humanidad. Los días pasados y este día se juntan, se unen, se funden, se confunden, foman una sola cosa. Y este nuevo día que está comenzando, que ya ha comenzado, parece ser la cumbre de la montaña, el punto más alto de la pirámide. Desde aquí miras todo el panorama, todas tus jornadas, las personas que fiste viendo o conociendo desde el comienzo de tu vida. No puedes dejar de sentir una emoción muy profunda. Cada una de esas caras, de esas voces, de esos seres que forman parte de este rompecabezas infinito que eres tú, a su vez son también rompecabezas infinitos como tú, formados de millares de millones de actos juntados también desde el comienzo de los días de cada uno de estos seres. Recuerdas los pájaros, los cactus, las jarillas, los chañares, las montañas. El Cerro de la Gloria. Puente del Inca. São Paulo, Mendoza, João Pessoa. Tantos lugares. Todo se va juntando, se va componiendo. Y en este nuevo día que ya ha empezando a querer clarear, vas sintiendo todos los amaneceres anteriores, como si fueran un único y contínuo amanecer. Un amanecer infinito.