Tinha chegado essa madrugada, pouco
antes das 02:00 hs da madrugada, e parecia que nunca tivesse ido embora. Isto
lhe chamava a atenção, e o alegrava verdadeiramente. Repassava mentalmente o
que fora essa chegada. O som do avião retumbando na cabine. O anúncio de que já
estava autorizado o pouso no aeroporto Castro Pinto, da capital paraibana. A
descida, no meio à tripulação e aos outros passageiros. A vista do prédio que
já tantas vezes vira. A passagem pelo hall onde esperavam as pessoas que
aguardavam outros passageiros. O taxi que os levara de volta para casa. De
volta para casa. Esta frase ecoava. De volta para casa. A chegada ao prédio,
que lhe era tão familiar. O porteiro da noite, sempre cordial. A subida até o
apartamento que ocupava com a sua esposa e companheira amada. Entrar, a essas
horas da madrugada, na sala, e sentir essa sensação ímpar, que nem o cansaço da
viagem ofuscava. Uma refeição ligeira, e descansar, até que o sol do novo dia o
acordasse. Sentir então essa sensação de estar em casa. Nunca fui embora. Nunca
saí daqui. Nunca estou fora de casa. Vira de novo as paredes e os quadros. As
prateleiras da biblioteca. Os prédios vizinhos. Depois, o café da manhã.
Recapitular a viagem toda. Mendoza, Santiago de Chile, São Paulo. O encontro em
família. Centrado. Serenidade. Unidade interna e externa. Outro almoço em
família. Passarinhos. Pertencimento. Raízes. De volta em casa. Uma
familiaridade ímpar. Andara pela praia de manhã e agora de tarde. Parecia que
nunca fora embora. Nunca estou fora de casa, disse de si para si. Sempre estou
em casa. Olhara o relógio digital nas proximidades do busto de Tamandaré:
passava das 16:00 horas. 14 horas em João Pessoa.
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