sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um escrito

Escreveria um texto que não tivesse a pretensão de ensinar nada a ninguém, e nem, tampouco, a de ser despretensioso ao ponto de não querer dizer coisa alguma. Um texto assim, devem já ter compreendido, já existe, é este aqui, são estas linhas que desenham arabescos nos teus olhos, linhas desenhadas ao cair da tarde deste dia de junho. Venho de ler umas páginas de uma história ocorrida há muitos anos. De manhã, a surpresa repetida de estar vivo, de perceber que respiro, que é de noite e o dia começa a clarear.

Andar pela praia e ver as pessoas andando ou correndo, conversando ou em silêncio, e o sol aparecendo aos poucos entre as nuvens sobre o mar. O mar balançando, silencioso ou barulhento como a gente. As ondas batendo nas pedras e a espuma aparecendo nas idas e voltas desse movimento rítmico. Flores azuis na beira da calçada. Os coqueiros subindo para o céu, a mureta onde fazes exercícios como que te esperando. Muretas não esperam, sabes, estão ali, apenas.

Uma árvore de espirradeira na esquina de um jardim, as casas antigas ainda não alcançadas pela especulação imobiliária. A casa da senhora que pendurava frases nos troncos dos coqueiros. A areia guardando as pegadas dos pescadores e dos caminhantes dessa manhã que começa, a estas horas, tão cedo, e um céu de chuva dizendo que é hora de voltar para casa.

Agora ouves o som dos grilos como um mantram contínuo a embalar a noite que vai chegar. As cigarras anunciam chuva. Terminas este escrito despretensioso, que tenta não ensinar nada para ninguém, que apenas partilha coisas vividas num dia de junho que aos poucos vai entrando na noite.

terça-feira, 1 de junho de 2010

O nazismo sionista

Os últimos acontecimentos no Oriente Médio, envolvendo mais um dos infindáveis atos terroristas de um estado que se diz constantemente ameaçado por terroristas, obrigam a algumas reflexões. O mundo constata, não sem estupor, que a lei do mais forte continua a preponderar nas relações internacionais, sem qualquer contrapeso das Nações Unidas, mais uma vez a reboque dos interesses dos que mandam. Isto não é novidade, em se tratando de Israel na sua política de genocídio contra o povo palestino.

Mas isto, mesmo não sendo novo, nos leva a refletir sobre por que algumas culturas e povos que foram objeto de terrorismo de estado, tornam-se terroristas de estado. Israel mantém uma relação violenta com os palestinos desde a sua criação, e isto não é por acaso. Um estado de guerra permanente interessa a quem vive da guerra e para a guerra, os fabricantes de armas e os países cujos governos vivem do terror. Da ameaça de guerra e da guerra. Leia-se: Estados Unidos, Inglaterra, e seus sócios: França, Alemanha, etc. E ao mundo, o que interessa?

O Brasil tem entrado no cenário internacional, a través da figura e da atuação do presidente Lula, para tentar o que não querem os senhores e senhoras da guerra: o diálogo, a escuta do outro, a negociação.

As Nações Unidas dizem condenar a matança israelense dos que navegavam na barca atacada, que levava ajuda humanitária para os palestinos em Gaza. Uma condena que não condena, não é condena, todos sabemos. A ordem política internacional, na contramão da ampla caminhada da sociedade civil em prol dos direitos humanos e da coexistência pacífica entre os diferentes, continua na perspectiva e sob a égide da lei do mais forte, da prepotência, da mentira, da enganação, da impunidade. Esta nova matança judaica não pode nem deve permanecer impune. O nazismo que se esconde sob as práticas do estado sionista, deve ser condenado pelo mundo inteiro, como o está sendo.