quinta-feira, 11 de julho de 2013

Rememorando

Essa manhã foram para Carapibus. Choveu durante uma boa parte do tempo. O mar verde turquesa. Azul turquesa. Turquesa e azul. Enevoado por momentos. Os coqueiros. As praias distantes. A conversa com o dono do hotel onde ocorrerá o VII Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária Integrativa em setembro. Os móveis rústicos. Algumas frases vieram a ti, em meio do silencio. O que a pedagogia de Paulo Freire me devolveu de mim? A escuta ativa. Enquanto escutava as falas das pessoas, vinham lembranças de mim, muito antigas. Recompunha-se a minha própria unidade, ao ouvir os demais. Saber quem sou. Não sou quem pensava que era, mas o ser que sou. Isto a Terapia Comunitária Integrativa vem em ajudando a conhecer cada vez mais. A incompletude do saber, a incompletude do ser. Tudo está em permanente construção. Chovia. Dia de paralização das centrais sindicais. Outras lembranças. O presente, onde te encontro, onde me encontro, onde o poiético me faz conhecer a eternidade. Medito, oro, olho e vejo a beleza do mundo. Nunca terei uma leitura completa da pedagogia de Paulo Freire. Mas essa pedagogia me ajuda, como creio que ajuda muita gente, a se ler na escrita do mundo. Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, também me ajudam a encontrar a minha própria linguagem, aquela que desfaz o estranhamento, aquela que recupera a novidade e a fluidez do mundo. Hoje de manhã, ao sair rumo a Carapibus, vi na entrada da casa, um joão-de-barro de madeira, que me foi presenteado pelas terapeutas comunitárias em formação no Uruguay. Senti uma profunda alegria. Lembrei que eu fui capaz. O “eu posso” é também o alvo desta busca do ser real que cada um de nós é.

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