No caso, a pressa. Essa pressão constante para fazer, fazer e fazer sem parar. Essa prisão em papéis de desempenho, resultados, sucesso.
Toda ação exige algum esforço, isto é sabido. No entanto, contudo, todavia, porém, esse esforço seria desejável que fosse de uma maneira tal que não provocasse sofrimento.
A pressa cria um distanciamento. Estou apressado e não sei por que. Apenas tenho tempo para te cumprimentar, mas é como se fosse uma ação sem contato.
Ajo e ando pelo mundo como se não estivesse. Estou não estando. Quando escrevo isto se inverte. Não tenho pressa alguma. As palavras me põem na realidade.
Me liberto de papéis e comandos externos internalizados. Aqui eu sou dono de mim mesmo. Sou tudo que quero ser. Não me exijo nada.
A prisão são pensamentos cristalizados, opiniões fixadas, preconceitos. Um mundo morto, petrificado.
Como ser livre em um mundo e em situações, circunstâncias, que muitas vezes tendem a nos aprisionar?
Imposições, normas, regras, códigos de conduta. Tudo isso está aí. Devem ser respeitados, mas não ao preço da vida.
Circunstâncias de forte restrição de movimentos, expressão, ação, impõem um redirecionamento do nosso agir.
O que fazer nessas circunstâncias? Uma olhada para a minha trajetória de vida me mostra que essas restrições me forçaram a emergir, a encontrar uma saída.
O que fazer quando é muito pouco o que se pode fazer? O essencial. O essencial nem sempre vemos. É preciso olhar para dentro.
Ver dentro de nós mesmos/as. Parar. Pausar. Fazer um intervalo. Ver o que é que está nos acontecendo. O que é o que está ali?
Tomar contato com a nossa realidade interior é um primeiro passo. Acolher a pessoa que somos. As nossas dores, as nossas dificuldades, acolhê-las de coração.
Sem julgamento. Sem pressão perfeccionista. Sem tortura. Sem culpa. Apenas olhar para nós mesmos/as, para o nosso interior, e ver.
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