sexta-feira, 17 de abril de 2009

Às vezes penso que gostaria de pintar um quadro

Às vezes penso que gostaria de pintar um quadro, mas, ao invés de pintá-lo, penso nele. Um sol num céu vermelho, com um álamo, semelhante ao que está lá embaixo, na salinha da televisão. Ao invés de pensá-lo, pinto ele, quero dizer, ao invés de pintá-lo, penso nele. O que você faria, leitor/a, no meu lugar? Pintaria o quadro, ou pensaria nele. Se pintá-lo, não o pensarei mais, deixará de ser. Será uma a mais das inúmeras pinturas que andam por aí, minhas, suas, deles, de quem for. Pintores famosos. Cézanne, Miró, Van Gogh, Spilimbergo, Di Cavalcanti, El Greco, Goya, a lista é infinita. Se não o pintar, nunca ninguém saberá dele, a não ser eu e você, nós, um segredo. Prefiro os segredos. Imagine um quadro com um sol amarelo, bem bonito e brilhante, redondo, num céu vermelho. Um álamo do lado direito do quadro, um caminho para o sol, passando por um campo de trigo. Não pense, veja. O quadro está aí, é seu, você o pintou. Chau.

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