sexta-feira, 17 de maio de 2013

Mario Vargas Llosa no programa Roda Viva

Escutar um literato falando de literatura é um prato cheio. Não importa se esse literato é também um político que fala de política e de política na literatura, e de literatura e política nos dias de hoje. É sempre rico esse ouvir um escritor falando do seu ofício. Neste caso, tive o prazer de assistir à primeira parte da entrevista que o escritor peruano concedeu ao programa Roda Viva. Vargas Llosa falando da novela, do romance. Do que é para ele o escrever uma novela, um romance. Do romance na era digital. Dos livros digitais, dos tablets. O escritor como quase um deus. Um construtor de mundos, de sonhos. Da riqueza da narrativa romanesca, que descreve muito humanamente o mundo humano, de maneira mais realista que as perspectivas sociológica ou ontológica, no dizer do escritor. Pode-se pular (ou não) o que Vargas Llosa disse sobre política latino-americana, uma vez que ele mesmo não conseguiu fugir de certo esquematismo, não isento de lúcidos insights sobre a falta de criticidade nos dias de hoje. O perigo de democratismos anestesiantes. Panem et circenses. Sei que apenas estou conseguindo passar umas rápidas pinceladas deste delicioso momento passado nesta tarde de 5ª. feira, ouvindo e vendo pela primeira vez o autor de livros muito citados, como La guerra del fin del mundo, e La tía Julia y el escribidor. O seu humor tão particular, e um certo ar nobre de gerações anteriores e também contemporâneas às nossas, de grandes pensadores e pensadoras que ao mesmo tempo tinham e tem o dom literário.

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