quarta-feira, 22 de outubro de 2008

¿Dónde está el sur?

¿Dónde está el sur, en este corazón hecho a los rumbos de la vida? ¿Dónde el norte, donde el este? Escribía Cortázar, Julio Cortázar, allá por los lejanos días de 1977, cuando Argentina, como otros países del Cono Sur, Brasil, Chile, Uruguay, estaban pasando por la más oscura noche que nos fuera dado vivir. Jóvenes, en esos años despuntaban nuestras esperanzas, nuestra fe en la vida. Nacíamos al mundo, o andábamos dando nuestros primeros pasos en la construcción de una América Nuestra, una América Latina fraterna y humana, hermana y feliz, justa y pacífica. La respuesta fueron balazos. Tiros. Desaparecidos. Tortura. Sacanagem. Falsidade. Força bruta. Na calada da noite eu me dano: Chico Buarque, Cálice. Ainda pago para ver o jardim florecer qual você não queria, canta o inesquecível trovador, artista, dramaturgo também forçado, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, Mercedes Sosa e o próprio Cortázar, a deixar a terra pátria em busca de lugares mais salutares. Alguns artistas morreram, foram mortos pelos esquadrões da morte, os grupos parapoliciais e paramilitares a serviço do grande capital e das oligarquias. O tempo passou, Cortázar morreu, de morte natural, na Paris que aprendeu a amar e desde a qual varria o mundo com a sua alegria e a sua militância. As Histórias de Cronópios e de Famas, obra mestra do escritor argentino, sobreviverá na memória humana muito depois que tenham sido esquecidos os caçadores de gente que o forçaram a abandonar Buenos Aires sob ameaças de morte. A morte tornou-nos heróis. A ameaça de morrer nos tornou heróis. Teríamos sido nanicos, imbecis, estúpidos e tapados, e tornamo-nos heróis. Há que agradecer aos carrascos e algozes, aos torutradores e vendilhões, aos apátridas e mercenários, aos ladrões e mentirosos de toda laia. Sem eles nada seriamos. Nada de falar mal de Castelo Branco, Pinochet, Bordaberry ou Videla. Sem eles seriamos menos que sombras. Graças a eles tornamo-nos, você, eu, cada sobrevivente das matanças persistentes dos anos 60, 70, 80, astros. Fizeram-nos estrelas. Graças a elas descobrimos ma imensa humanidade que se estendia depois das fronteiras que nos ensinaram a temer. Brasileiro é imperialista, cuidado, diziam-nos nas escolas. Mentira. São fraternos. São ternos. Brincam de brigar. Protestam cantando. Choram rindo. Dançam para mostrar sua raiva. São sadios. Monumentos vivos nos tornamos. Em nós respira, como nos sobreviventes de Auschwitz ou Treblinka, aquilo que não morre. O que não morre porque não pode morrer. Aquilo sem o qual a vida não existe. Desiste. Insiste. Os sobreviventes da grande gaiola do meu país, como canta a canção de Chico Buarque, celebram, celebramos, cada dia celebramos e celebraremos cada vez com maior alegria, a chegada do novo sol. A vinda do dia a dia com seus afãs. A mesma mulher ao lado, o mesmo par de sapatos. O tabuleiro de folhas de tempo a nos mostrar o letreiro do Hotel de Belgique, como diz Cortázar. Cortázar. Borges. Pessoa. Como é bom ser feliz. Como é bom estar vivo. “No hay una cosa que no sea una letra silenciosa de la eterna escritura indescifrable cuyo libro es el tiempo. Quien se aleja de su casa ya ha vuelto. Nuestra vida es la senda futura y recorrida. El rigor ha tejido la madeja. No te arredres. La firme trama es de incesante hierro. Pero en algún recodo de tu encierro puede haber una luz, una hendidura. El futuro es fatal como la flecha, pero en las grietas está Dios, que acecha”, diz Borges, Jorge Luis Borges. O poema Tabaré, de Juan Zorrilla de San Martín, el uruguayo que dedica a su esposa muerta las estrofas del largo poema en que se elogia y revive la epopeya de los indios charrúas que poblaron las tierras de la Banda Oriental, dice, en algún lugar: flor nacida de una tumba. Flor nacida de una tumba. Registren esto. ¿Por qué poesías en tiempo de guerra? ¿Hay un tiempo que no sea de guerra?. La vida es lucha. Quem não luta morre, ou já morreu e não se deu conta. Por que o sindicato é o lugar onde nos reconhecemos gente, onde somos gente e não pedaços de gente? Porque ali funcionamos como coletivo, não mais como Fulano ou Cicrano, mas como uma força posta em movimento, capaz de mudar a face da terra. Um ser coletivo e ativo, atuante, militante. Viva a sociedade socialista. Viva o sindicalismo combativo. Viva a ADUF e os novos sindicalizados que hoje, 22 de outubro, se somam com seus sonhos e esperanças, à construção de um mundo melhor, no dia a dia do educador. Bemvindos e bemvindas.

Um comentário:

Aurea disse...

Não sei o que houve, mas o comentário que postei hoje, foi para lá no Conte sua História!
Mas é mesmo sobre este "Dónde esrá el sur?"
+ xeros
Aurea