sábado, 19 de janeiro de 2013

Lembrando de José Comblin

Hoje lembrava de Comblin. Não somente dele, da sua presença, mas também dos seus livros, do que ele deixou de si nas palavras que pôs no papel. Acho que quando alguém deixa algo de si nos seus escritos, nos da a possibilidade de termos a sua presença por muito tempo. Hoje lembrava, em especial, algo que Comblin dissera sobre a mensagem de Jesus. Lembro que dizia esse escrito, que a mensagem de Jesus é simples, mas que essa simplicidade é para nós como a cidade no topo da montanha. Sabemos que não a iremos alcançar, mas nos movimentamos com a esperança de chegar lá. Pareceria uma afirmação pessimista, mas não o é de jeito nenhum. Nos movimentamos em direção à simplicidade da vida, à simplicidade do amor. Pensava que Comblin trouxe o Evangelho para mais perto. Tirou o Evangelho da distância em que a teologia e o intelectualismo o colocaram, e o trouxe para mais perto. Quando penso em Comblin, penso nas coisas que ele disse sobre o amor, e sobre Deus. Quando penso em Comblin, penso em pessoas muito simples que conheci na minha vida, e que viviam no amor. Lembro da minha mãe, lembro das minhas avós, lembro de tanta gente que fui encontrando pela vida afora. As pessoas que me acolheram quando cheguei ao Brasil e que me seguem acolhendo. Quando lembro de Comblin, lembro da simplicidade da vida, lembro da simplicidade do amor. E um perfume de eternidade se faz presente. Talvez Comblin tenha-me deixado mais perguntas do que respostas, e isto é muito bom. As perguntas abrem um espaço. A pergunta nos abre para a vida, nos conecta com o infinito, nos repõe no fluir da existência. Mas estas perguntas que Comblin nos deixou, são certezas. São interrogações para a mente, mas certezas para o coração. Mente e coração hão de caminhar de mãos dadas. Mas na direção da vida, na direção ao amor, o comando está com o próprio amor, essa incógnita. Foto: o Pe. José Comblin e alguns integrantes de Kairós-Nos Também Somos Igreja

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