domingo, 8 de novembro de 2015

14 horas em João Pessoa

Tinha chegado essa madrugada, pouco antes das 02:00 hs da madrugada, e parecia que nunca tivesse ido embora. Isto lhe chamava a atenção, e o alegrava verdadeiramente. Repassava mentalmente o que fora essa chegada. O som do avião retumbando na cabine. O anúncio de que já estava autorizado o pouso no aeroporto Castro Pinto, da capital paraibana. A descida, no meio à tripulação e aos outros passageiros. A vista do prédio que já tantas vezes vira. A passagem pelo hall onde esperavam as pessoas que aguardavam outros passageiros. O taxi que os levara de volta para casa. De volta para casa. Esta frase ecoava. De volta para casa. A chegada ao prédio, que lhe era tão familiar. O porteiro da noite, sempre cordial. A subida até o apartamento que ocupava com a sua esposa e companheira amada. Entrar, a essas horas da madrugada, na sala, e sentir essa sensação ímpar, que nem o cansaço da viagem ofuscava. Uma refeição ligeira, e descansar, até que o sol do novo dia o acordasse. Sentir então essa sensação de estar em casa. Nunca fui embora. Nunca saí daqui. Nunca estou fora de casa. Vira de novo as paredes e os quadros. As prateleiras da biblioteca. Os prédios vizinhos. Depois, o café da manhã. Recapitular a viagem toda. Mendoza, Santiago de Chile, São Paulo. O encontro em família. Centrado. Serenidade. Unidade interna e externa. Outro almoço em família. Passarinhos. Pertencimento. Raízes. De volta em casa. Uma familiaridade ímpar. Andara pela praia de manhã e agora de tarde. Parecia que nunca fora embora. Nunca estou fora de casa, disse de si para si. Sempre estou em casa. Olhara o relógio digital nas proximidades do busto de Tamandaré: passava das 16:00 horas. 14 horas em João Pessoa. 

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