“Pessoas simples, em lugares pouco importantes, produzem
transformações extraordinárias”, diz um provérbio africano. Acredito que esta é
uma frase que contém muita informação. Uma frase que contém informação que não
interessa aos chamados meios de comunicação, que se dedicam principalmente, ou
quase que exclusivamente, a semear medo, desconfiança, suspeita, ansiedade,
preocupação, reações defensivas. Muitas pessoas se dedicam a atividades quase
imperceptíveis, em campos de atuação que inevitavelmente, raramente ou nunca
são focalizados pela mídia comercial. Esta cuida da corrupção (alheia). Em
baixo, na base da sociedade, movimentos sociais tecem no dia a dia, vínculos de
solidariedade, confiança, cooperação, esperança. Razões diversas me trouxeram
para este tecido miúdo, apenas perceptível, onde a vida é recriada continuamente.
Aqui se constroem estratégias de prevenção da violência e do adoecimento
mental. Cultiva-se a amizade e a camaradagem. Combate-se o isolamento e o
estresse. Enfim, trabalha-se pela vida. Para a vida. Com a vida. Esta tarefa de
formiguinhas não aparece nos jornais nem nas TVs, afoitas atrás das últimas
tragédias ou denúncias de corrupção. Cada um escolhe a que vai se dedicar, a
que dedica seu tempo. Há tempo para tudo. É necessário também um tempo para o
desfrute, a arte, a literatura, a apreciação do belo, a criatividade. A vida é
um exercício multidimensional, no qual vamos nos integrando na eternidade, a
través de movimentos simples e cotidianos.
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