Esta tarde, saí do
consultório do médico, com uma sensação de prorrogação de
validade. Tudo parecia mais bonito. Me deu vontade de sair correndo
por aí. Festejar. A conversa fora amena. É um cara instruído, e
gosta de conversar. Ao entrar ao consultório, perguntei-lhe: como
vai? Melhor do que mereço, foi a resposta. Aí me disse que tem casa
e saúde, se alimenta três vezes por dia, e tem dinheiro para viajar
e comprar livros. Poderia querer ter mais dinheiro, mas isto me
traria problemas, disse, ainda. Aí a conversa foi para outros
assuntos. Gilberto Freyre, a sociologia, a conjuntura atual no
Brasil. Segundo ele, aqui está faltando uma revolução social. Me
alegrou escutar isto. Será que não é isso mesmo o que está
faltando no Brasil? Deixei o consultório e me enfiei una fileira de
carros na avenida Epitácio Pessoa. Filas lentas. Abasteci o carro em
um posto da Petrobrás. Preço alto. Lembranças muitas. O que será
que vai acontecer neste país? Quem sabe? Ao fazer estas anotações,
recordei que já várias vezes tive a vida poupada. Ainda ontem,
levei uma leve batida de um motoqueiro, ao atravessar um
engarrafamento em frente de casa. Não foi mais do que um susto. Mas
um susto é um susto. Em outras oportunidades, os sustos foram
piores. Agora, então, a festejar. Prorrogação de validade.
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