quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pessoa e Saramago

Tenho começado a ler o livro de José Saramago, As intermitências da morte. Fazia muito tempo que um livro não me atrapava assim. E digo que o livro atrapa, mas é a história, ou a estória, que até hoje não sei ao certo como é que se diz de verdade, viu? Mas o caso, ou seja, melhor dizendo, o que quero dizer, é que me parece verdadeiramente interessantíssimo que alguém possa ter construído, como de fato construiu, um enredo como esse, da suspensão da morte num país cujo nome não é citado. E, a partir deste momento em que as pessoas deixam de morrer, o que ocorre naquele país de nome desconhecido, é que todo mundo começa a ter que se virar com a tão desejada quanto agora temida imortalidade. Não por acaso, agora de tarde, e depois de uma noite em que fora difícil conciliar o sono, pego um livro de Fernando Pessoa, Eróstato e a imortalidade. Verdadeiramente é um descanso, um remanso, ler as sentenças de Fernando Pessoa, neste ensaio em que imortalidade é o tema, depois de ter perdido o sono com o relato de Saramago sobre a suspensão da morte e as mudanças no cotidiano de um país e da sua gente disto derivadas. Ler é bom, e temperar um autor com outro, é ainda melhor. Vivam Pessoa e Saramago!

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