domingo, 2 de novembro de 2014

Costurando

Voltava das Ocas do Índio. Cada volta é uma outra volta, diferente de todas as anteriores, mas sempre uma volta. Tantos rostos, sorrisos, sentimentos, conversas, momentos. Tudo costurado como um fio que começa dentro e fora de ti e segue para dentro e para fora. 

Uma costura contínua de passado e presente, e futuro. A comemoração do aniversário. Dançando, brincando, rindo. Nunca tivera um aniversário com tanta gente. Todo mundo em volta, abençoando. Abençoado, abençoar. A vida como uma bênção, como uma dádiva, um dom de Deus. 

A família em volta, também. Tudo é família. Um mundo dentro de ti e ao teu redor. Isto é esta costura, este tecermos juntos. Uma teia contínua. A teia da vida. Hoje já todas e todos deverão estar também de volta nas suas casas. 

Prossegue a vida, prossegue o dia. Um ano de muitas alegrias. Momentos inesquecíveis. Novas semeaduras, novas costuras. E ainda assim, tudo como em um tempo detido. Um tempo atemporal, em que não há o passar do tempo. 

Um tempo imóvel, dentro e fora de ti. As pegadas na areia. O mar. A noite. O luar. O sol nascendo uma e outra vez. Tudo muda e continua o mesmo. 

Os ecos de ti voltando de toda essa gente querida que te rodeia e mora dentro de ti. Como um caleidoscópio que gira e dá mais voltas. Tudo gira e, no entanto, tudo está no mesmo lugar. Se move, muda e permanece.  

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