domingo, 22 de fevereiro de 2015

Humanidade

Hoje de manhã, assisti a Globo News. Um painel sobre relações internacionais. Três especialistas partilhando as suas visões sobre o cenário mundial. A pergunta era quais os/as líderes mundiais mais significativos/as no mundo atual, e por que. Me chamou a atenção que um professor da FEA-USP, José Augusto Guilhon, mencionasse dentre essas figuras mundiais, o Papa Francisco, e o por que desta menção.
Este professor disse que o Papa Francisco, diferentemente das outras personalidades mencionadas (Putin, da Rússia; Obama, dos EEUU; Merkel, da Alemanha, e o líder chinês, cujo nome não retive), se dirige à humanidade, e não ao poder. Minutos antes, no programa anterior, peguei o finalzinho de um programa sobre literatura, dedicado a Julio Cortázar, de quem no ano passado fizeram cem anos do seu nascimento.
Uma mulher dizia que Julio Cortázar estaria sempre vigente, pois ele reaviva a nossa poeticidade, e o nosso caráter enigmático, como seres humanos. Alegraram-me estas duas menções a argentinos que se projetaram mais além das fronteiras da Argentina. Julio Cortázar, embora se orgulhasse da sua nacionalidade argentina, sentia-se muito mais um latino-americano, e o demonstrou tanto na sua literatura, quanto na sua atuação em solidariedade aos emigrados por razões políticas durante as ditaduras na América do Sul.
Há um vídeo sobre Julio Cortázar no You Tube, que vale a pena ver: uma entrevista de duas horas de duração concedida pelo escritor argentino à televisão espanhola:https://www.youtube.com/watch?v=_FDRIPMKHQg Nela o autor se mostra como uma pessoa humilde, profundamente humana, e revela aspectos da sua personalidade que me reconciliam comigo mesmo.

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